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Chegada do Natal faz aumentar a desordem urbana nos centros de compras



A proximidade do Natal tem causado um aumento no número de camelôs irregulares atuando nos principais centros de compras de São Paulo. Em uma das regiões mais procurados pelos consumidores, a Rua 25 de Março, é possível notar que, além das barracas devidamente autorizadas pela Prefeitura, outros ambulantes descredenciados passaram a vender seus produtos, formando uma bagunça nas calçadas e, automaticamente, aumentando as chances de criminosos agirem no meio da multidão.


Coronel Camilo, que comandou a Polícia Militar paulista por três anos e hoje é Deputado Estadual, essa mudança de cenário em época natalina é preocupante. “Todo ambiente desordenado facilita a ação delituosa. É muito mais oportuno para criminosos agirem em um local bagunçado”, explica. “É necessário agir rapidamente com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, por meio da Operação Delegada”, completa.


A Operação Delegada é uma medida que começou em 2009 e faz PMs trabalharem por adesão e em suas folgas para a Prefeitura. O foco, neste caso da capital, é controlar o comércio irregular. A medida, criada por Camilo no Comando da PM, chegou a reduzir em até 80% os furtos e roubos nos bairros comerciais, como Brás, 25 de Março e Bom Retiro.


“Pena que a Operação veio definhando e não é suficiente para cobrir todos as regiões que precisam’, lamenta Coronel Camilo. Outra realidade que chama a atenção são lixos, como caixas de papelão e entulhos descartados na rua, que acabam sendo um causador de enchentes, pois entopem bueiros e bocas de lobo. “Nesta época é mais comum o acúmulo destes materiais”, explica.


Para Camilo, a bagunça e também o lixo despejado fazem parte da desordem urbana. Os atos de desordem demonstram as vulnerabilidades de um ambiente propenso ao crime. Em regra, são as áreas onde a sensação de insegurança aflora e a população se sente desprotegida.


Um dos estudos mais conhecidos que tentou comprovar tal relação foi a Teoria das Janelas Quebradas, que, juntamente com a política criminal de Tolerância Zero, ficou mundialmente famosa nos anos 1990, depois que a polícia de Nova York começou a combater nas ruas os sinais exteriores de desordem.


A teoria, do cientista político James Q. Wilson e do psicólogo criminologista George Kelling, demonstra que a desordem urbana gera ainda mais desordem e propicia a prática de crimes que geram uma sensação de insegurança na população.


Há diversas diferenças entre a realidade da cidade de Nova York e a de São Paulo, mesmo porque são sociedades diferentes, de valores e culturas distintas, mas é razoável estabelecer conexão entre desordem e sensação de insegurança, dada a natureza humana primar pela ordem.




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