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“É um reajuste insignificante”, reforça Coronel Camilo sobre os 4% aos PMs


O reajuste salarial de 4% aos policiais militares, anunciado em dezembro pelo Governo de São Paulo, caiu como uma 'bomba' na tropa e foi visto pelo Deputado Estadual Coronel Camilo (PSD) como um exemplo do que não se deve fazer. “É uma correção insignificante especialmente para o policial na ponta da linha e demonstra, mais uma vez, a falta de valorização e reconhecimento por parte do Governo Paulista aos seus agentes da lei”, reclama.

Hoje, a remuneração base de um soldado que ingressa na Polícia Militar é uma das mais baixas do país, obtendo um salário inicial de R$2.992,54. No ranking nacional, São Paulo também anda mal. Ocupa o 22º lugar como a região que pior paga a oficiais e praças. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (R$2.935,28), Rio Grande do Norte (R$2.900), Paraíba (R$2823) e Espírito Santo (R$2642,12).

Por três anos, de 2009 a 2012, Camilo esteve à frente do Comando-Geral da Instituição e constantemente divulga os ótimos indicadores criminais que São Paulo tem mantido há pelo menos 15 anos, resultado do trabalho da Corporação. Foi Camilo o último Comandante-Geral a conquistar reajustes importantes para a tropa (veja mais abaixo).

“Qualquer aumento é bem-vindo, mas esse que chegou é lamentável, até mesmo pela pujança do Estado e pela divulgação permanente do Governo de superávits anuais, com o orçamento na casa dos R$216 milhões”, diz. Segundo Camilo, é necessário lembrar que o policial nas ruas, é o policial que veio de todos os bairros da cidade, principalmente os mais carentes e necessita de um salário digno para se manter. “É também uma profissão de risco pleno: o policial tem seis vezes mais chance de morrer do que o cidadão”.

Dívidas – Uma pesquisa formulada pela Associação de Cabos e Soldados, emitida no ano passado, trouxe um outro diagnóstico alarmante e mesmo assim não sensibilizou o Governo: mais de 80% dos policiais encontram-se endividados e com empréstimos em andamento, tendo que fazer atividades em horários de folga, muitas vezes sem proteção do Estado, pois os chamados 'bicos' são proibidos na Corporação.

Garantia da ordem

Com 33 anos de experiência policial, Camilo explica que sem segurança nada funciona corretamente. “O Correio não chega na casa do cidadão de bem, o professor não vai à sala de aula e o médico não consegue ir às unidades de saúde da periferia”, dispara. “A segurança é o sustentáculo do governo e neste momento mais crítico, onde todos os preços sobem, o da carne, o do aluguel e dos remédios, vejo o quanto o governo deixou a desejar dando esse péssimo retorno todos os policiais”.

Na prática, o Geraldo Alckmin enviou o projeto de aumento de 4% à Assembleia Legislativa em dezembro de 2017, para valer a partir de 1º de fevereiro. Agora, é necessário aprovação dos deputados. “Isso certamente irá ocorrer, com a maior brevidade possível, uma vez que o PSDB tem a maioria na Casa”, explica Camilo.

De acordo com o deputado, o que se esperava era um reajuste algo em torno de 9% e não 4% frente a uma inflação próxima de 20%. “Era o mínimo depois de tanta dedicação dos policiais, com aplicação de tecnologia, programas de interação com a comunidade e a própria filosofia da Polícia Comunitária – uma ação de sucesso em todas os 645 municípios”, conta. “Fiz muitas reuniões no Palácio do Governo, cobrei, fiz falas severas em Plenário, mas, infelizmente, depende do Executivo. Continuarei lutando por melhores salários”

Mesmo diante de tanta “ingratidão’’, o Deputado Camilo conta que a polícia não perde a garra nas missões do dia a dia, porém, da mesma forma que trabalham muito, também morrem. “Uma média de 60 a 70 policiais por anos morrem, seja, ativos ou veteranos. O último policial morto em serviço foi o Soldado Lourenço, que atuava no patrulhamento da zona leste da capital. Ele levou dois tiros na cabeça de um assaltante de veículos.

Como Comandante, Camilo conseguiu os melhores reajustes para a tropa

Para Coronel Camilo, uma das ações mais impactantes na segurança ou em qualquer outra profissão é valorizar o profissional. Quando Comandante-Geral, Camilo elaborou uma série de medidas visando melhorar a vida do policial e de seus familiares. Assim que assumiu o cargo de Comandante-Geral, em 2009, o oficial passou a trabalhar firme para acabar com uma diferença salarial que existia entre quem estava na ativa e atuava nas grandes cidades e quem estava na reserva e trabalhava nas pequenas cidades, o chamado Adicional de Local de Exercício, o ALE. "Era maior para quem estava nas cidades mais populosas e eu considerava isso uma injustiça, pois quem estava na reserva não recebia essa gratificação", recorda.

De acordo com Camilo, no começo de 2010, o ALE passou a contemplar os veteranos e a diferença de remuneração entre as cidades ficou reduzida a dois níveis e com diferença menor entre eles. "Essa foi nossa primeira vitória", comemora. Ainda segundo Camilo, na mesma época, foi dada largada para uma negociação com o governo para melhores salários e a manutenção do cálculo do Regime Especial de Trabalho Policial (RETP), além de aumento para a diária alimentação, que passou a ser de R$2 para R$20. "Quem comia com R$2?".

Mas o grande marco da gestão de Camilo foram dois reajustes para toda polícia: "Conseguimos aumento em 2011 de 15%, retroativo a julho e de 11% em 2012, retroativo a agosto atingindo todos os ativos, veteranos e pensionistas". Na avaliação do Coronel Camilo, hoje Deputado, naquela ocasião, o valor conquistado por ele cobriu boa parte da inflação dos anos que tinham se passado. "De lá para cá, nunca mais tivemos bons reajustes".






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