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Fórum discute questões críticas em Segurança Pública

Especialistas debateram neste sábado, 1/8, a segurança no Estado e na Zona Oeste da Capital

Ausência do sentimento de pertencimento ao local onde se mora. Falta de respeito às autoridades familiar e pública. Legislações brandas contra o crime. Estas foram algumas conclusões dos especialistas apresentadas no debate realizado neste sábado, 1/8, durante o Fórum de Segurança Comunitária da Zona Oeste da Capital.


Crimes contra o patrimônio têm sido os mais comuns na Zona Oeste. “Embora os índices de criminalidade tenham melhorado, a sensação de segurança ainda está muito ruim”, afirmou Coronel Camilo, que atribuiu o cenário dramático em parte aos programas de TV que fazem sensacionalismo com os crimes urbanos, oferecendo à população uma visão de que a segurança no Estado encontra-se numa situação pior do que a real. “Não estamos bem, mas não tão ruim quanto se divulga”.


Participaram do encontro como palestrantes os deputados estaduais Coronel Camilo e Coronel Telhada, o deputado federal Delegado da PF Protógenes Queiroz, o Delegado da Polícia Civil de São Paulo, Marcel Druziani, e o Coronel Luiz Eduardo Arruda, assessor parlamentar do gabinete do Coronel Camilo e autor do livro Mobilização de Micro Comunidades: Vizinhança e Segurança Pública, que fala sobre a importância da participação cidadã na segurança pública.


O deputado Coronel Camilo explicou que a segurança não é um problema só de polícia. É um dever do Estado e de todos os cidadãos. “Há uma desatenção do poder público com a segurança. Áreas abandonadas, com falta de estrutura urbana, de coleta de lixo ou de serviços adequados de educação, geram oportunidades para o ladrão”. Em São Paulo, cerca de 70% das ocorrências criminais são provenientes dos crimes de oportunidade. “A responsabilidade da comunidade é cobrar ações das autoridades. Temos que aumentar o sentimento de pertencimento do indivíduo ao seu bairro”.


Coronel Camilo ressaltou a necessidade da participação popular nos canais de denúncia. “Quem melhor sabe o que ocorre no bairro é quem está lá no dia-a-dia”, afirmou. Apesar dos problemas, o deputado ressaltou os avanços históricos na segurança publica no Estado. “São Paulo já foi bem pior, tem melhorado muito com os anos. O nosso desafio é que esta melhoria seja sentida pela população”.


O Coronel Arruda falou sobre mudanças de comportamento na população urbana ao longo dos anos e pontuou que o novo estilo de vida da sociedade contemporânea tem absoluta influencia na segurança pública.


Entre os pontos que contribuem para uma sociedade mais insegura, o Coronel destacou o individualismo, as alterações no conceito de comunidade, a mobilidade urbana e a verticalização da moradia, a ausência de espaços comuns e públicos de interação devido à especulação mobiliária, a falta do sentimento de pertencimento do morador ao seu bairro, condomínios fechados e dotados de múltiplas funcionalidades, o sistema delivery, a fuga dos transportes coletivos e a permanente sensação de insegurança. “Para termos o sentimento comunitário, precisamos estar próximos fisicamente. As pessoas hoje se comunicam melhor com quem está em outro país do que com seu vizinho de porta. Não há mais vínculo com o local onde se mora”, afirmou.


O deputado federal Protógenes Queiroz falou sobre a importância do enrijecimento da legislação e sobre o uso do aparelho celular pela população, tanto para a produção de provas quanto como canal de denúncias. O Coronel Telhada alertou para a crise de autoridade que existe hoje na família, o que repercute diretamente na qualidade da segurança pública. “Se a criança e o adolescente não respeitam pai e mãe, por que irão respeitar o policial?”, questionou.


O evento, realizado na Universidade Paulista (UNIP), foi prestigiado por membros dos Conselhos de Segurança Comunitária, da Polícia Militar de São Paulo, da Guarda Civil Metropolitana e por moradores da região.



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